E desde então não tem passado a vida de uma
sucessão confusa de números,
um mosaico de circunstâncias
mais ou menos felizes.
Que importa a felicidade?
a saudade, o ódio, a angústia, o prazer?
Todos múltiplos da mesma grandeza:
matéria informe que
ao tempo cessa e desiste.
a patética manipulação de símbolos,
o inerte caminhar de gente na rua,
os dentes, os relógios,as escrituras:
tudo isso dói como o sol nascendo no outono.
Até então, pairava tudo sobre
o signo da espera,
disparado estava o sonoro porvir do eco e,
que houve?
...
perder-se o que nunca teve
e a clareza de não mais consegui-lo:
Para onde vai, quando morre, o que nunca existiu?
Ao acaso oferto meus passos
e me resta, de tudo, uma cruel liberdade.
Você é muito bom. Estou surpresa.
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